sábado, 18 de novembro de 2017

Sugestões para o transporte em São Paulo

A cidade de São Paulo, a cada ano que passa, cresce mais, em conjunto com a Grande São Paulo que acompanha esse ritmo de crescimento e onde temos uma interligação geral, entre a capital e as cidades do entorno, de modo que o transporte público de massa, a cada dia passa a ser um problema mais central ainda.

Algumas medidas precisam ser tomadas por nossos governantes, para acelerar as obras voltadas ao transporte, muito em especial as do Metrô e da CPTM.

As sugestões aqui pensadas foram previstas para serem concluídas no prazo de um mandato executivo (quatro anos). 

Algumas sugestões

LINHA 5 - Lilás

Extensão dessa linha, em um ramal que parta da atual estação terminal Capão Redondo indo até o Jardim Angela. Somariam-se três novas estações: Comendador Sant'Anna, M'Boi Mirim e Jardim Ângela.


Fonte da imagem: link 

Justificativa: essa região é extremamente adensada e não conta com nenhuma rede de transportes sobre trilhos. Isso diminuiria o fluxo de linhas de ônibus e o trânsito nas estradas do M'Boi Mirim e Guarapiranga, dando mais qualidade de vida aos moradores. 

Do ponto de vista econômico é prático para o governo fazer desapropriações nessa região, dado o baixo valor de metro quadrado e a presença de inúmeras habitações sem regularização fundiária no meio do trajeto, o que possibilitaria um reordenamento urbano da região.


LINHA 4 - AMARELA 

Conclusão das obras atuais, nas estações Higienópolis-Mackenzie, Oscar Freire, São Paulo-Morumbi e Vila Sônia, além de extensão da linha até Taboão da Serra, passando por Pirajussara/Jardim Jussara.



Justificativa: assim como na Linha 5 - Lilás, a região de Taboão da Serra tem uma população significativa (mais de 244 mil pessoas) e não dispõe de nenhuma ligação com a rede metroferroviária. A ligação ainda ajudaria a desafogar o trânsito advindo de Embu das Artes e Itapecerica da Serra, bem como das cidades que são cortadas pela rodovia Régis Bittencourt, como São Lourenço da Serra e Juquitiba. 

Mais uma vez, essa seria uma solução prática para expandir a rede do Metrô, pois se trata de área amplamente estudada e projetada pela Companhia do Metrô já há muitos anos, tendo já sido anunciado pelo próprio governo do Estado a realização desses estudos de viabilidade. Ao término da linha em Taboão teríamos pela primeira vez uma estação do Metrô fora da cidade de São Paulo, além da conclusão da fase três da linha amarela.

LINHA 6 - LARANJA

Construir toda a linha, ligando a Brasilândia até São Joaquim (interligado com a Linha 1 - Azul).


Justificativa: esta linha ligará regiões importantes e muito populosas da cidade que contam hoje com precário sistema de transporte público, como Brasilândia e Freguesia do Ó. O ramal também é chamado de "linha dos estudantes", por que a previsão é que ele interligue diversas universidades e faculdades em seu trajeto, como PUC, Mackenzie, FAAP, FGV, FMU, UNIP e Uninove, entre outras.

Este ramal já deveria estar em obras. Desapropriações já foram feitas, inclusive e há equipamento parado, como os tatuzões, a espera de um desfecho positivo. O Consórcio Move SP que foi o vencedor da licitação da PPP (parceria público privada) para a construção, envolvia construtoras que estão ligadas aos escândalos investigados pela Operação Lava Jato, como a Odebrecht. As obras também dependiam de financiamentos à juros subsidiados pelo BNDES e com a atual crise econômica acabaram não sendo liberados.

Um novo Consórcio formado por empresas chinesas e japonesas está formado e deve assumir as obras. (LINK)

LINHA 17 - OURO

Terminar todo o trajeto original da Linha, ligando a Estação São Paulo-Morumbi  (Linha 4 - Amarela) até a Estação Jabaquara (Linha 1 - Azul).


Justificativa: as obras desse ramal hoje estão em fase já adiantada, contudo, apenas em um trecho reduzido, entre a Estação Morumbi (que dará acesso à Linha 9 - Esmeralda CPTM) até a estação Congonhas, em frente ao Aeroporto de mesmo nome. Apenas nesse trajeto a linha terá um atendimento muito menor daquele que poderia ter, caso levasse, como originalmente estava previsto até a as imediações do Estádio Cícero Pompeu de Toledo, no Morumbi, levando milhares de prestadores de serviço que trabalham na região, mas que lá não residem. De igual forma seria útil aos trabalhadores que precisam se deslocar da região do Jabaquara até o Aeroporto de Congonhas e o corredor da Avenida Luís Carlos Berrini.

Esta linha será operada por um consórcio privado.

LINHA 15 - PRATA

Terminar todas as obras entre a Estação Vila Prudente (integração com a Linha 2 - Verde) até a Estação Hospital Cidade Tiradentes.


Justificativa: as regiões atendidas tem enorme demanda de passageiros. Hoje esse trecho está com suas obras também em estágio avançado. É preciso concluí-lo na integridade do que estava previsto originalmente.

EXTENSÃO DA LINHA ESMERALDA 9 - CPTM ATÉ VARGINHA

Em 2013 iniciaram-se as obras para a construção de mais duas estações, estendendo o trecho até a nova estação Varginha, passando pela também nova estação Mendes. A inauguração era prevista para 2015. Estamos no fim de 2017 e há quase um ano as obras estão paradas e o investimento público feito até aqui está sendo perdido com a ação do tempo e dos vândalos. Veja reportagem aqui LINK. Informações do mês de março dão conta de que o Governo de São Paulo conseguiu com o Governo Federal recursos para concluir a obra (veja aqui).

Estação Mendes

Fonte

NÃO MAIS?

Existem outros tantos projetos de linhas do Metrô e da CPTM, mas procuramos nos focar aqui nesta breve proposta em citar os projetos que deveriam ser concluídos no menor tempo possível, bem como da maneira mais simples e menos onerosa ao poder público e à população em geral.

Uma perspectiva alternativa interessante é de buscar envolver ao máximo todos os agentes interessados, como a Prefeitura da Cidade de São Paulo, empresas de infraestrutura e construtoras, brasileiras e, sobretudo, estrangeiras, que podem estar interessadas na construção e na operação de trechos das novas redes do Metrô. De toda a forma também julgamos ser necessário existir um maior interesse do Governo do Estado de São Paulo em forçar o Governo Federal e os bancos a ele ligado (Banco do Brasil, Caixa e BNDES) no sentido de se viabilizarem com mais facilidades os empréstimos desses bancos para as obras de infraestrutura urbana de São Paulo, ressaltando que a capital Paulista possui mais 10 milhões de habitantes e a mancha urbana da Região Metropolitana de São Paulo já ultrapassou o dobro dessa população, sendo o principal centro tecnológico e econômico do país, um verdadeiro cartão de visitas do Brasil que dá certo.

Cremos que São Paulo, por sua força econômica e por sua população não precisa como pode ter a mais moderna e importante rede de transportes públicos de toda a América Latina. Uma rede de transporte que seja integrada, eficiente e preferencialmente acessível à toda a população. É preciso se pensar em uma São Paulo para daqui há 40 anos, com o dobro da atual rede metroferroviária. 

Júlio César dos Santos Bueno. Professor de História e entusiasta do transporte público. 18-11-2017



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